O Tempo Passa, Mas Meu Valor Permanece
- Anne Karoline Cavalcante Temoteo dos Santos
- 1 de abr.
- 3 min de leitura
As Dores Invisíveis do Etarismo

Vivemos em uma sociedade que exalta a juventude feminina e descarta as mulheres à medida que envelhecem. O etarismo, ou preconceito baseado na idade, é uma forma silenciosa de opressão que afeta profundamente a autoestima, a carreira e as relações sociais das mulheres.
Desde cedo, somos ensinadas que nossa relevância está ligada à aparência e ao frescor da juventude, criando uma pressão constante para parecer mais jovem do que somos. Esse olhar reducionista ignora nossa trajetória, experiência e sabedoria, tornando o envelhecimento um fardo injusto.
Mas por que a sociedade impõe esse peso às mulheres e como podemos desafiar essa lógica cruel?
O primeiro grande impacto do etarismo feminino é a invisibilização da mulher madura. Em um mundo que associa beleza à juventude, muitas mulheres sentem que, ao passar dos 40, 50 ou 60 anos, se tornam irrelevantes. A jornalista Cris Flores já abordava com excelência essa questão ao trazer refelxões sobre a mulher, quando envelhece, parece perder sua voz e espaço na sociedade, sendo descartada como se sua existência tivesse prazo de validade. Isso gera um sentimento de desvalorização e pode levar a um profundo questionamento sobre o próprio valor e identidade.
Outro efeito cruel do etarismo é sua presença no mercado de trabalho. Enquanto homens mais velhos são frequentemente vistos como experientes e sábios, as mulheres enfrentam dificuldades crescentes para se manterem empregadas ou conquistarem novas oportunidades.
Empresas preferem rostos jovens, ignorando a competência e a bagagem profissional das mulheres mais velhas. E, paradoxalmente, as mulheres mais novas também enfrentam barreiras, sendo muitas vezes descredibilizadas por sua idade, como se sua capacidade fosse limitada ao tempo de experiência e não ao talento e dedicação.
Além da exclusão profissional e da invisibilização, há também o impacto psicológico. O etarismo afeta a saúde mental das mulheres ao impor padrões inalcançáveis de juventude eterna. A necessidade de recorrer a procedimentos estéticos, dietas rígidas e disfarces constantes para parecer mais jovem se torna uma pressão exaustiva. Muitas vivem em uma luta diária contra o espelho, temendo que as rugas, os cabelos brancos e as marcas do tempo sejam sinônimo de inadequação e rejeição. Essa pressão gera ansiedade, baixa
autoestima e, em muitos casos, depressão.
O impacto do etarismo na vida das mulheres
Para as mulheres mais velhas, o etarismo se manifesta na dificuldade de se manterem visíveis e reconhecidas em suas áreas de atuação, na mídia e até mesmo nas relações pessoais. Muitas relatam sentir que passaram a ser tratadas de maneira diferente, como se tivessem menos valor do que antes.
Já as mais jovens também enfrentam desafios. Muitas são vistas como inexperientes, imaturas ou incapazes de tomar decisões importantes apenas por sua idade, o que as impede de crescer profissionalmente e assumir cargos de liderança.
As dores invisíveis do etarismo feminino

Invisibilidade social: Mulheres maduras frequentemente se sentem ignoradas ou menosprezadas em espaços públicos e profissionais.
Barreiras profissionais: A idade pode ser usada como justificativa para negar oportunidades tanto para as mais jovens quanto para as mais velhas.
Pressão estética sufocante: O culto à juventude impõe padrões inatingíveis de beleza e mantém as mulheres em constante estado de insatisfação.
Impactos na saúde mental: O medo de envelhecer e se tornar "descartável" pode gerar ansiedade, depressão e insegurança profunda.
Como combater o etarismo feminino?
Reconheça seu valor além da aparência: Sua história, experiência e inteligência são o que verdadeiramente importam.
Quebre os padrões impostos: Não se prenda à obrigação de parecer mais jovem para ser aceita.
Valorize mulheres de todas as idades: No trabalho, na mídia e nas relações sociais, mulheres devem ser vistas e respeitadas em todas as fases da vida.
Invista na sua autoestima: Cultivar amor próprio e confiança é uma forma de resistência ao etarismo.
O combate ao etarismo feminino começa na forma como enxergamos a nós mesmas e às outras mulheres. Precisamos desafiar a cultura que nos ensina a temer o passar do tempo e, em vez disso, abraçar cada fase da vida com orgulho e dignidade.
Se você sente que o peso do etarismo tem afetado sua autoestima, sua vida profissional ou suas relações, a psicoterapia pode ser um caminho para ressignificar essas experiências e recuperar sua confiança. Agende uma consulta comigo e vamos, juntas, construir uma nova perspectiva sobre sua história e seu valor!